A mastigação é fundamental para o crescimento facial dos bebês

Por volta dos 6 meses, a criança já apresenta maturidade fisiológica e neurológica para receber alimentos em novas consistências, além da líquida. Ela consegue manter a cabeça equilibrada em relação ao tronco, e seu desenvolvimento global já permite uma melhor movimentação da mandíbula para melhor exercer a função de mastigação. Nessa fase podem ser oferecidos novos alimentos por meio de colher.

A alimentação complementar ou de transição compreende a oferta de outros alimentos, além do leite materno, que são preparados especialmente para a criança. A introdução desses alimentos, além de oferecer novos nutrientes para o crescimento e desenvolvimento adequados, permite que a criança alcance progressivamente os hábitos alimentares da família. Esse é um período de adaptação da criança à oferta de alimentos em novas texturas, sabores, odores e cores e exige muita dedicação e participação da família.

A erupção dos primeiros dentes anteriores superiores e inferiores promove uma grande alteração na posição e relação entre a maxila e mandíbula. O contato entre os dentes e deles com o alimento estimula a percepção da posição espacial da mandíbula ao arco inferior, que antes não tinha nenhum referencial para se posicionar. Desta forma, o contato dos dentes anteriores estabelece uma orientação vertical importante que gera estímulos de crescimento ósseo dos arcos. Nessa fase, a criança aprende a mastigar utilizando os dentes, pois começa a cortar ou “rasgar” os alimentos e fazer movimentos mastigatórios de abertura e fechamento. Essa forma inicial de mastigar e cortar os alimentos evolui para a mastigação convencional com a erupção dos molares.

A evolução da textura alimentar ocorre de maneira gradativa. O alimento líquido dá espaço ao pastoso, oferecido inicialmente na forma de papa de frutas e papa salgada a partir dos 6 meses. Elas devem ser amassadas com o garfo e ofertadas na forma de purê. Não é recomendado usar peneira, liquidificador ou centrífuga, para a conservação das fibras dos alimentos. Papas espessas fornecem mais energia por porção quando comparadas às sopas ralas e líquidas.

Frutas devem ser oferecidas amassadas e depois em pedaços na mão, para a criança explorar suas características. Carnes devem ser bem cozidas e ofertadas na forma moída, picada, amassada ou desfiada, desde as primeiras papas salgadas. A textura deve evoluir para papas menos amassadas e com pedaços maiores, acompanhando a aceitação da criança.

É fundamental oferecer alimentos em novas consistências até os 10 meses de vida, visto que a introdução tardia parece estar associada com pior aceitação e maior dificuldade mastigatória. Ao completar um ano, a criança deve estar apta a receber a alimentação da família. Nesse período, devem ser evitados alimentos industrializados, ricos em gordura e açúcar, que conferem maciez, crocância e baixo teor de fibras e consequente baixo ou nenhum esforço mastigatório.

Assim, podemos afirmar que as diferentes texturas dos alimentos promovem o estímulo e o “treino” gradativo do aprendizado da mastigação, que estimula os músculos e os movimentos de lateralidade da mandíbula, para promover o crescimento ósseo da face. Esses estímulos dependem principalmente dos volumes do bolo alimentar, de sua textura, dos níveis salivares, da força de mastigação e do refinamento dos contatos entre os dentes. Quando isso não ocorre e a textura dos alimentos não exige esforço mastigatório suficiente, podemos comprometer o crescimento ósseo da face ou gerar um crescimento assimétrico, responsável por problemas ortodônticos futuros, como falta de espaço para os dentes permanentes, mordidas cruzadas uni ou bilaterais e baixa motricidade oral com prejuízo na produção de sons.

 

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Fonte: ebc.com.br/infantil/